Conheça o trabalho de dois dos melhores do ramo

Trash the dress (TTD) é um tipo de ensaio de noivos que começou a ser praticado no Brasil há seis anos, mais ou menos. Desde então, viveu tempos de maior ou menor evidência, mas sem jamais sair de cena. Atualmente, está novamente subindo no conceito da clientela, segundo dois expoentes do estilo que vivem no sul do País.  

“Penso que o Trash the dress continua firme e forte na lista de prioridades dos noivos. Quase 100% dos noivos que me contratam fazem o Trash the dress para apresentar no casamento”, afirma André Soares, 44, proprietário do Studio Paragem em Tramandaí (RS). Ele é um dos grandes nomes desse gênero fotográfico, na opinião de Anderson Miranda, fotógrafo paulistano que trouxe o estilo para o Brasil e é, portanto, uma referência no assunto. Inclusive, está com um DVD sobre isso na praça.

Outro nome que ele cita é Freitas Fotos, dos irmãos Fernando, 34, e Alexandre Freitas, 27, de Florianópolis (SC). A dupla fotografa há quase uma década. Trashes the dress, especificamente, desde janeiro de 2010. Para a dupla, o estilo está em ascensão e, mais importante, é um bom “agente de vendas” do fotógrafo. “[O TTD] está evoluindo a cada ano, pois grandes profissionais da fotografia de casamento, nacional e internacional, vêm contribuindo com trabalhos cada vez mais brilhantes, no sentido de valorizar a arte, a beleza e a criatividade, sem perder de vista o objetivo final”, observa Fernando.

André Soares fotografou seu primeiro TTD em 2008. Para ele, o estilo é “a cara do brasileiro, que vive se reinventado, sempre esperto às novas tendências do mercado”. O gaúcho conta que a novidade tem sido os ensaios feitos fora do País. “Só em 2014 já foram duas turnês pela Europa, duas vezes em Buenos Aires, Caribe e Punta del Este”, contabiliza.

Por que uma sessão que tem “lixo” no nome faz tanto sucesso entre os casais? No Brasil, o lado mais “trash” do ensaio foi sutilmente deixado de lado. Aqui, prevalecem as sessões nas quais o casal contracena com cenários naturais deslumbrantes ou um tanto estranhos. “A locação deve ser diferente de tudo que já foi visto. Gostamos de lugares inusitados, como galpões, fábricas, florestas, casas abandonadas, ruínas… além, é claro, de fazer muitos nas praias”, diz Fernando.

O problema é que, na ânsia de fazer algo surpreendente ou ousado, o fotógrafo pode errar a mão. “Tudo é permitido, mas nem tudo convém”, avisa o catarinense, que inclui na lista de inconveniências sujar ou estragar o vestido. “O bom senso ainda é algo que muitos desconhecem, e somente com o amadurecimento e profissionalismo vão encontrar. Falta ainda experiência para muitos, que acham que sua fotografia autoral é mais importante do que a recordação dos noivos”, critica.

“O segredo do sucesso é encontrar elementos que identifiquem a personalidade do casal e explorar isso durante a sessão de maneira ousada e criativa. Particularmente, gosto muito do estilo brasileiro de fazer o Trash the dress, mesclando fotos impactantes com cenas mais românticas e às vezes divertidas”, contrapõe André Soares. Para ele, um TTD bem executado é aquele que faz o espectador se perguntar: “Será que é montagem?”

Fernando valoriza as possibilidades criativas do ensaio, em oposição ao trabalho feito durante o casamento, quando a preocupação em documentar todas as etapas importantes se sobrepõe ao aspecto criativo do trabalho. “Não estou afirmando que não fazemos [fotos artísticas]. Apenas não corremos o risco de perder o essencial, pois é isso que a noiva irá cobrar mais tarde”. Sem falar na questão do portfolio e, com isso, voltamos à questão do marketing, para o qual o Trash the dress desempenha um papel importante. “É um trabalho que, se bem feito, rende por muito tempo, pois, além das fotos ousadas, fazemos também outras mais contemporâneas, com uma pitada de moda e beleza, para podermos produzir grandes campanhas para o nosso estúdio”, destaca o sócio da Freitas Fotos. Veja abaixo uma galeria de imagens de André Soares e dos irmãos Freitas: