Ele não larga o pé das celebridades. Por pouco não foi atropelado pela moto de Brad Pitt, já tomou umas “bolachas” da Demi Moore, foi em cana e até socorreu Britney Spears do assédio excessivo dos seus próprios colegas. Vida de paparazzo em Hollywood é essa loucura, e Max Lopes está na rotina há dez anos. O santista que divulgou as primeiras fotos da gravidez de Angelina Jolie, entre outras exclusivas do mundo dos famosos, está contando como é essa “vida loca” em livro.
“Vi que a curiosidade das pessoas sobre o meu trabalho era muito grande e ninguém entendia nada de como uma revista funciona e tal, mas foi muito difícil fazer o livro. Eu parei de trabalhar por quase quatro meses, foi um grande desafio”, conta Max, satisfeito por assinar o primeiro título brasileiro sobre o tema. Paparazzo: a vida de um fotógrafo de celebridades deve sair no comecinho de novembro, pela iPhoto Editora.
Max vive na Califórnia, Estados Unidos, e nunca tinha posto a mão numa câmera até que foi “cooptado” por outro brasileiro. De manobrista num hotel passou a paparazzo, tendo como primeira tarefa obter fotos da socialite Nicole Richie. Depois da adrenalina dessa primeira missão, praticamente todo mundo que é famoso em Beverly Hills já teve o Max no seu encalço.
Algumas situações que ele viveu desde então beiram o surreal. Desde usar um entregador de pizza para invadir um estúdio de gravação a dirigir feito louco pelas ruas da “meca” dos famosos, até tomar “guarda-chuvadas” da mãe de uma celebridade. A situação mais inusitada, segundo ele, foi proporcionada pela cantora Britney Spears, que fazia a delícia das revistas de fofocas com suas performances: “Ela estava no topo da carreira e tirou a roupa na praia e pulou no mar praticamente nua!”, lembra.
Paparazzi e celebridades vivem uma relação ambivalente e cercada de polêmica. Em geral, os astros manifestam desprezo pelos fotógrafos, como atestam os diversos palavrões e tentativas de agressão que Max sofreu. Para fugir da perseguição, eles adotam estratégias que os paparazzi procuram antecipar, como sair de casa num comboio de carros idênticos, usar o mesmo tipo de roupa (para desvalorizar as imagens) e nunca sair pelo mesmo lugar que entraram.
O santista, porém, explica que as fotos movimentam um negócio que beneficia, entre outros, os estúdios, que são donos de sites e revistas de fofocas, e os próprios famosos. Sair de casa e ter um enxame de paparazzi na cola faz parte da rotina do astro. Se não houver, é porque ele não anda muito em alta. No momento, por exemplo, quem está por cima é Justin Bieber, que vive “causando”, e as irmãs Kardashian.
“As celebridades que precisam de mídia nos amam, as que não precisam, nos odeiam. Mas todos sabem que estamos trabalhando e tem muita gente envolvida que depende disso. O segredo é respeitar o espaço da celebridade para ser respeitado”, Max argumenta.
Por outro lado, ele afirma que fotografar o showbiz está um pouco complicado. Há muita gente no ramo – muitos brasileiros, inclusive – e o preço de mercado das fotos tem caído. Isso tem feito alguns colegas deixarem a profissão, diz Max, pois o que rende um bom dinheiro são as fotos exclusivas, e isso exige do paparazzo dias (e noites) inteiros em frente à casa dos famosos, um exercício de paciência nem sempre recompensado com um clique exclusivo. É, vida de paparazzo não é fácil.
Max Lopes vai estar no Brasil de novembro a janeiro para lançar o seu livro e também tirar umas férias. Ele nunca fotografou por aqui, mas pensa que o País está em alta, em função da Copa do Mundo, que atraiu celebridades do mundo todo, fenômeno que deve se repetir durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro. “É uma grande chance que o Brasil tem de mostrar ao mundo que as celebridades podem voltar sempre, que aqui vão ser respeitadas”, avalia.