Como montar meu primeiro estúdio?
Para ajudar a vocês montarem seu estúdio básico, convidamos o curitibano Brasilio Wille, fotógrafo especialista em iluminação de estúdio, para responder algumas perguntas que podem ajudar vocês. Vamos lá?
iPC – Que luzes são fundamentais para começar no estúdio?
BW: No início do estúdio você pode testar desde uma lâmpada convencional doméstica, para entender como funciona e a medida que você vai adquirindo experiência ou recurso financeiro, comprar uma luz contínua ou um flash (que vão acabar sendo recusos bons, baratos e faceis de transportar). Eu recomendo um flash, LED e Luz contínua para iniciar.
iPC – Técnicas sobre como lidar com o contraste (suavizar a luz quando a condição não for favorável, por exemplo, em um dia de sol forte) e o mesmo em dias chuvosos, ou em condições de luzes extremamente baixas, ou seja, quando está escuro demais.
BW: O controle do contraste, na verdade, é o equilíbrio para o que o sensor vai enxergar. Então, se você está em uma situação climática de sol muito forte, é interessante usar rebatedor, flash e/ou colocar o modelo em um ambiente com parede branca ou uma área com mais sombra e luz mais suave, caso você não tenha nenhum equipamento. Na prática, então, a dica é olhar o ambiente e procurar uma cena interessante.
Em um dia chuvoso, temos o efeito contrário. O contraste está muito baixo, que pode ser complementado no flash, ajustar o ISO (a algumas câmeras tem ajuste de contraste direto na câmera), o que vai melhorar o registro dentro das condições de iluminação dentro da câmera.
Em condições de luz extremamente baixa, não tem recurso a não ser colocar o ISO da câmera o mais alto possível, e se você tiver uma luz para ajudar, vai melhorar muito.
iPC – Cite as diferenças entre certos acessórios (os mais utilizados quando estamos iniciando na fotografia), quais os mais populares: sombrinha ou softbox? Quando deve-se usar rebatedor, difusor, etc. e para que cada um serve.
BW: Na verdade, no conjunto geral, eu tenho acessórios que são padrões de fábrica, que servem para direcionar a luz. Ou seja, eu tenho refletores metálicos (lentes metálicas) que fazem para modificar o conjunto de ângulo que a luz espalha. Na hora de trabalhar com luz difusa, é bom com uma tela, sombrinha branca ou prata e caixas de luz. Esse conjunto vai ter uma dimensão da luz que afeta a distribuição das sombras. Quanto mais perto do objeto a ser fotografado, mais leve será a iluminação, quanto mais longe, mais dura será a iluminação.
Na hora de trabalhar com luz difusa, é bom com uma tela, sombrinha branca ou prata e caixas de luz. Esse conjunto vai ter uma dimensão a luz que afeta a distribuição das sombras. Quanto mais perto do objeto a ser fotografado, mais leve será a iluminação, quanto mais longe, mais dura será a iluminação.
Cada acessório tem uma aplicabilidade em determinadas situações. Tem ambientes pequenos demais, que não tem como afastar a luz, então o próprio ambiente vai rebater a luz se for todo branco e assim a luz não teremos controle dentro do estúdio porque rebate em todas as paredes, em todos os conjuntos.
Usar sombrinha é prático para fazer fotos externas. Para estúdio, usar softbox, colmeia e bandoor vai te dar um controle melhor e não espalha tanto por direcionar a luz de forma bem mais efetiva. E o estúdio também tem que estar preparado em termos de distribuição e efeito que a luz faz dentro do próprio estúdio. Uma boa dica é testar a luz sem ter um objeto para saber como ela se comporta naquele amibiente.
iPC – Como fazer uma boa luz com poucos recursos?
BW: Na verdade não é fazer uma boa iluminação, é você enxergar e perceber uma boa luz. É procurar como a luz se comporta no ambiente. Em todo o ambiente a luz vai refletir, vai rebater na parede, no chão, nos móveis e objetos. É bom conhecer como a luz se distribui e o efeito que ela faz antes de começar um ensaio.
Uma boa iluminação na verdade, é um bom efeito. E a onde eu acho um bom efeito? Na sombra, colocada no lugar correto. Então, procure o equilíbrio entre sombra e brilhos somente nos lugares necessários.
iPC – Como se trabalha com a sombrinha?
BW: A sombrinha é um difusor aberto. Ela tem um formato e ângulo próprio como fosse uma lente, então para ajustar uma sombrinha em um flash ou em uma luz contínua, você tem que aproximar ou afastar para que ela se distribua no ambiente de forma equilibrada. O macete mais básico é “eu vou colocar a sombrinha aproximada dentro do meu conjunto de flash até não mais perceber a lâmpada”
Assim eu vou ter o máximo de rendimento da minha sombrinha, seja de qual cor. Cada uma delas vai dar uma diferença na intensidade da sombra. A branca difusa, mais suave; a metalizada, mais dura e as coloridas vão gerar efeito de cor sobre a imagem.
Se você tiver uma ou duas sombrinhas e misturá-las, você terá um efeito de luz excelente, mas para começar, uma sombrinha só é o suficiente.
iPC – Como executar uma boa luz usando três pontos (fontes)?
BW: Na verdade o conjunto visual exige uma separação de planos e para fazer esse tipo de separação, se usa iluminação de contraluz, misturado com luz difusa e direta. Você pode jogar uma luz lateral difusa, um flash em cima da câmera para criar um brilho nos olhos e regular as sombras de forma mais fraca e, quando trabalhar o contra luz, o fundo, que ele possa fazer a mudança claro – escuro, que é uma das técnicas de iluminação.
iPC – O que é a luz Rembrandt?
BW: A luz de Rembrandt é um conceito em que Rembrandt utilizava na pintura, fazendo passagens entre claro e escuro que o nosso cérebro gosta muito. A mais clássica é usar sobre o rosto uma luz lateral, fazendo uma das faces ficar mais clara e desenhando com a inclinação (entre 35 ou 45º variando de acordo com a pessoa), em que você possa desenhar um triângulo no lado oposto e deixando uma parte da pálpebra na sombra. Isso faz com que a imagem fique dramática e interessante.
