Cobertura de shows: confie no seu “feeling”

Fotografar um show de música é um desafio. No palco, o pau comendo e embaixo, na sombra que delimita o espaço de atuação dos músicos, o fotógrafo tenta capturar o clima da apresentação. Mas a relação entre luz e movimento não favorece o profissional. “É, realmente não é uma questão muito fácil para resolver”, reconhece Vinicius Grosbelli, 36, fotógrafo de shows em Curitiba (PR). Mesmo assim, ele está no melhor dos mundos, pois é fã das duas coisas.

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Jimmy London, do Matanza, Festival Rock Verão, novembro de 2014

Produtor musical durante um tempo, interessado por música desde sempre, Vinicius fotografa profissionalmente há quatro anos, por intervenção da esposa, a também fotógrafa profissional Melanie d’Haese. Juntos, eles tocam a Photo Fine Art e, em paralelo, ele mantém o blogue Tudo o que você (ou) vê, através do qual faz a cobertura dos eventos que rolam na capital paranaense. Mas apenas dos shows que despertam o seu interesse. “Sigo uma linha bem definida”, afirma.

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Vinicius: “O diferencial vai além do equipamento” (foto: Melanie d’Haese)

Seu cartel soma de mais de 150 shows. O primeiro foi em novembro de 2011, durante a Virada Cultural de Curitiba. Foi também o seu primeiro contato com uma câmera DSLR (uma Nikon D80). Teve um concurso fotográfico e Vinicius se espantou de ver duas fotos suas na exposição, no Memorial de Curitiba. “A partir daí passei a me dedicar a fotografar mais e mais shows, aprender e desenvolver meu olhar”, conta, lembrando outro momento importante da sua carreira, quando cobriu a passagem do festival de música alternativa Sofar Sounds pela capital do Paraná: “Acabou faltando luz e os shows, que são acústicos, rolaram à luz de velas. Acredito que esse foi um dos [eventos] mais interessantes que eu fotografei, pelo resultado estético das fotos”.

Vinicius encara o trabalho com uma Nikon D600 e duas lentes, uma 24-70mm e uma 70-200mm. Mas, para ele, o que importa mesmo é o feeling, a percepção e saber onde se posicionar, conhecimento que apenas a prática é capaz de fornecer. “Claro que lentes claras e câmeras com sensor full-frame ajudam, e muito, mas, no fundo, o diferencial vai muito além do equipamento que você utiliza”, avalia, botando na conta como itens indispensáveis “a inspiração e a vontade de sempre buscar a emoção que o show transmite”.

Quer outra dica? “Ouça muita música, estude muita fotografia, acredite em seus sonhos e fotografe muito”. Ou seja, it’s a long way to the top…

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Criolo
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Trombone de Frutas, Teatro Paiol, 2014
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Juçara Marçal, Teatro Paiol, outubro de 2014
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Playing For Change, Ópera de Arame, outubro de 2014
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Nação Zumbi, Virada Cultural, São José dos Pinhais, novembro de 2014
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O Rappa, Spazio Van, outubro de 2014
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Ruído/mm, Teatro Paiol, novembro de 2014
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Avenged Sevenfold, Curitiba Master Hall, março de 2014

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