Círculo da Imagem estreia com exposição

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O entendimento de que tudo está destinado a ter fim é o ponto de partida para a exposição Todo mundo sabe (que as nossas cidades e corpos foram feitos para ser destruídos), que reúne onze artistas contemporâneos sob a curadoria de Paulo Miyada, a partir de 17 de setembro, na galeria Mônica Filgueiras, em São Paulo.

!cid_029C7794ABC14F008CBBD6FC3996825F@FlaviaA mostra também é resultado da parceria entre a galeria paulistana e o fotógrafo Hugo Curti, cujo fruto foi a criação do Círculo da Imagem, uma editora de fotografias contemporâneas que tem por meta abrigar artistas de estilos diversos e promover uma aproximação desses com o público especializado e de entusiastas pela arte.

Para a primeira edição desse projeto, foi convidado o curador e pesquisador Paulo Miyada, responsável por organizar a coletiva, que conta com obras de André Penteado, Breno Rotatori, Bruno Baptistelli, Rafael Craice, Maura Grimaldi e Hugo Curti (SP), Ícaro Lira e Patrícia Araújo (CE), Lia Cunha (BA), Pedro França (RJ) e Sara Lambranho (MG).

O título foi inspirado no verso “Everybody knows that our cities were built to be destroyed”, da música Maria Bethânia (Caetano Veloso, 1971). Por meio dele, Paulo buscou enfatizar o duplo movimento de apologia e crítica às cidades brasileiras presente na composição, provocar uma reflexão sobre o destino de nossas cidades e de nossas vidas e evocar aspectos recorrentes da fotografia, como o interesse pela ocupação do espaço e a sensibilidade à passagem do tempo.

“Por vocação, as fotografias (assim como as canções) fazem parte do imaginário coletivo e transformam os significados dos acontecimentos de nosso tempo”, afirma o curador.

Cada artista participa com até cinco fotografias, todas impressas em folhas de 50x50cm. Colocadas lado a lado, as 40 fotografias formam uma longa linha que atravessa todos os espaços expositivos da galeria, sugerindo uma narrativa semelhante à de um livro ou álbum fotográfico.

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Para o curador, esse recurso procura ser fiel aos parâmetros da editora Círculo da Imagem e remete ao modo como foram feitas as primeiras mostras com fotografias em galerias e museus – nas quais não havia o recurso do grande formato ou o emprego da técnica mista, aspectos recorrentes do uso da fotografia por artistas contemporâneos. Assim, toda a exposição pode ser lida como uma narrativa que fala sobre a urgência das transformações do espaço e de seus sujeitos.

A mostra fica em cartaz na Mônica Filgueiras (R. Bela Cintra, 1533) até 12 de outubro.

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