Carioca clica a moda no México, de olho na volta

Stefano Raphael é um fotógrafo carioca de moda, mas pouca gente no Rio de Janeiro sabe disso ainda. E a razão é que ele fez toda a sua trajetória profissional fora do País. Há quase quatro anos vive no México e lá está o mercado que ele pode chamar de seu.

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“Estive em janeiro no Rio para fazer duas campanhas de underwear e claro que um dia estarei clicando para o mercado carioca, como também penso em me expandir para o mercado de São Paulo”, projeta Stefano. Não são planos imediatos, no entanto. A realidade próxima continua sendo a Cidade do México, um mercado fortemente influenciado pelas cidades norte-americanas próximas e um tanto conservador, na avaliação do brasileiro, nascido em Niterói e com 33 anos de idade. “Não existe ainda uma leitura high fashion ou moda lifestyle aqui, são poucos clientes que conseguem aceitar e introduzir esse estilo de fotos”, analisa Stefano, que se viu obrigado a mudar seu estilo para poder “entrar no jogo”. Diante das dificuldades, sua virtude preferida tem sido a paciência.

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Stefano: em moda, paciência
é uma virtude a ser cultivada

“É um mercado muito competitivo. Tem sempre que estudar e inovar. Tenho uma manager que move isso tudo para mim, porém no início fui batendo de porta em porta, ganhei experiência e aprendi como apresentar um material e o que deve ser apresentado, pois uma foto de beleza serve para uma agência X, mas para a agência Y, não”, explica o carioca, que recomenda a qualquer aspirante a fotógrafo de moda uma boa dose de tenacidade e muita prática.

Quando começou, Stefano já tinha trânsito dentro da profissão: ele era modelo. Sua experiência facilitou um pouco a sua incursão no ramo fotográfico, embora, tendo feito as coisas na base da tentativa e erro, algumas dificuldades fossem inevitáveis. “Pensei em trabalhar com produtos, porém percebi que não era muito a minha área, pois gosto de dirigir, fazer com que os modelos ‘viagem’ na minha viagem. Faço com que cada foto tenha um feeling distinto”, afirma.

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Claro que, assim como na publicidade, muito do que é feito em moda segue os ditames do briefing – o que Stefano não considera ruim. “Às vezes o cliente não sabe muito bem o que quer e/ou o fotógrafo também não consegue captar muito bem o que o cliente deseja. Então sempre que tenho projetos, estou presente nas reuniões para que não exista nenhuma dúvida e que tudo seja bem claro, para o cliente e minha equipe”.

Ele também destaca que é importante estar atento às mudanças do mercado, considerando que a moda é bastante volátil e, a cada temporada, novas tendências são apresentadas. Isso talvez sugira certa acomodação, do tipo navegar ao sabor das tendências, porém Stefano prega alguma “rebeldia”, no sentido de tentar marcar a produção com algo de seu, seja na forma de iluminar ou dirigir os modelos. Por outro lado, o fotógrafo não fica “engessado” no estilo que adotou, não fica na “zona de conforto”, como se costuma dizer: “Busco sempre estar fazendo algo distinto. A moda é um leque gigante”, argumenta.

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