O fotógrafo brasileiro Alexandre Correia, de 47 anos, estava na Noruega quando capturou um autorretrato raro e espetacular com dois fenômenos deslumbrantes do céu noturno: a aurora boreal e os pilares de luz são vistos no céu ao mesmo tempo. E de quebra ainda foi publicado pela NASA.
Alexandre, que gosta se ser chamado de Alex Correia, é natural do Rio de Janeiro, mas atualmente mora na Holanda e confessa que se tornou “viciado” por auroras boreais desde 2013, quando viu o fenômeno uma pela primeira vez na Noruega.
Na noite de 8 de fevereiro, Alex estava perto do município de Kautokeino, quando apareceu um show de luzes no céu e no horizonte. “Algumas horas antes da escuridão total, decidi colocar algumas roupas extras e meias melhores, além de um cinto de aquecimento para minhas lentes para evitar o congelamento. Eu estava tirando fotos a maior parte do tempo olhando para um lado, pois as luzes estavam mais fortes, mas, no caminho de volta, notei as luzes da cidade se formando como pilares de luz e vi uma ótima oportunidade de tirar uma foto única”, disse o fotógrafo.
Kautokeino é a cidade mais fria da Noruega e é conhecida por ser um ótimo lugar para ver as luzes do norte. Naquela noite quando as temperaturas caíram para -37 °C criaram as condições perfeitas para a aurora e os pilares de luz. “Era como um filme da Marvel ou algo dos deuses nórdicos”, disse Alexandre ao descrever os dois fenômenos de luz simultâneos.
Diante dos dois espetáculos de luz e sozinho num frio de -37°C, o fotógrafo brasileiro não viu outra alternativa a não ser fazer um autorretrato. Ele posicionou a câmera com uma lente 14mm em f/1.8, abertura de 4s e ISO 800 e correu para frente da impressionante cena. Então, abriu os braços como que agradecendo aos céus pelo espetáculo de luzes e fez o autorretrato.
“Os pilares de luz são causados pela interação da luz com os cristais de gelo, o frio é obrigatório, então cada floco funciona como um pequeno espelho que reflete as fontes de luz que estão devidamente posicionadas abaixo dele”, diz o fotógrafo.
E quem suspeita que tem muita edição na foto, Alex Correia esclarece: “Sou novato em pós-processamento. Portanto, não há Photoshop, mas através do Lightroom aumentei a exposição, o brilho, as cores e as sombras”, disse o fotógrafo sobre os ajustes feitos na imagem.
O autorretrato foi visto e publicado pela NASA
A foto é tão impressionante que não passou desapercebida pela NASA. A famosa agência espacial escolheu a imagem de Alex Correia como Foto Astronômica do Dia e fez um relato muito bom da imagem: “Qual metade deste céu é a sua favorita? À esquerda, o céu noturno é iluminado por partículas expelidas do Sol que mais tarde colidiram com a atmosfera superior da Terra criando auroras brilhantes. À direita, a noite brilha com as luzes no solo refletidas por milhões de minúsculos cristais de gelo caindo do céu e criando pilares de luz. E no centro, o astrofotógrafo apresenta suas escolhas. Os pilares de luz são colunas verticais porque os cristais de gelo flutuam preferencialmente paralelos ao chão, e suas cores são as das luzes no solo. As auroras cobrem o céu e o solo com o tom verde do oxigênio brilhante, enquanto sua transparência é clara porque você pode ver as estrelas através delas. Estrelas distantes pontilham o fundo, incluindo estrelas brilhantes da icônica constelação de Órion. A imagem em destaque foi capturada em uma única exposição há dois meses perto de Kautokeino, na Noruega.”
Para quem quiser acompanhar um pouco mais do trabalho de Alex Correia ele possui dois perfis no Instagram, onde posta as fantásticas imagens de suas viagens à Islândia (@ivebeentoiceland) e à Lapônia (@ivebeentolapland), além do site: www.vivendonazoropa.com
Fontes: Olhar Digital e Petapixel