O universo carrega seus mistérios e causa sentimentos muitas vezes indescritíveis. O homem, carregado de sua curiosidade, que o acompanha desde o princípio, não poderia deixar de lado tal beleza, que por muito tempo pareceu intocável e incompreensível. Por mais que a tecnologia leve o homem a lua e ao espaço, nunca conheceremos completamente tudo o que habita essa imensidão.
A fotografia chegou de forma avassaladora na sociedade e junto dela o desenvolvimento da astrofotografia, ramo que causa palpitações nos corações de quem a ama. Nosso leitor e astrofotógrafo amador Dado Moura compartilha um pouco do sentimento que é viver suas experiências e suas fotografias.
Olhar para céu
“Desde os primórdios da existência humana sobre o planeta, o céu sempre provocou interesse e todos os seus fenômenos naturais causavam medo e espanto para àqueles que moravam ainda em cavernas. Com o passar do tempo e ao longo da história aprendemos que nossos antepassados, usaram dos pontos celestes para cruzar oceanos. Há vestígios de antigas culturas nos mais remotos pontos, as quais deixaram registrados em suas ruínas, calendários que indicavam o melhor momento para semear, colher suas sementes etc. Em outras foi encontrado ruínas daquilo que poderia ter sido um rústico, mas funcional observatório.
Olhar para o céu infinito em nossos dias, provoca e estimula nossa imaginação e curiosidade, talvez, da mesma maneira como provocou e assustou os primeiros homens ao contemplar o firmamento. Para alguns os astros inspiram poemas, histórias e para outros traz questionamentos. Seja qual for os resultados, contemplar as estrelas sempre será motivo de tirar o nosso fôlego.
O interessante de tudo isso, que aquilo que poderia ser encarado apenas como um passatempo, traz consigo uma grande dose de formação. Em pouco tempo, estaremos entendo sobre o movimento dos astros, a localização das constelações e muito mais.
O objetivo deste artigo não é abordar aspectos científicos sobre astronomia mas, estimular a outros a olhar para o alto. Pois foi assim, que aconteceu comigo, há muito tempo, quando era apenas um garoto e tive a oportunidade de ver a Lua, através de uma pequena luneta. Naquele momento, sem me dar conta, fui seduzido pela estrelas e hoje, trago como hobby a contemplação e o registros dos objetos estelares através da astrofotografia amadora.
Com um pequeno telescópio newtoniano de 115mm, os quais tem uma boa relação preço x benefício, pode-se ter a experiências de observar vários objetos como: Júpiter, Saturno e alguns aglomerados . Em boas condições de céu é possível observar também algumas nebulosas estelares.
A lua, por exemplo, embora seja a eterna namorada do nosso planeta, sempre terá encantos mesmo para aqueles que estiverem munidos de um modesto telescópio. Para um bom resultado é sempre aconselhável estarmos em um local com pouca luz artificial.
Atualmente, qualquer um de nós pode através de modestos equipamentos ter o seu primeiro contato com as estrelas. Tenho certeza que a emoção de observar um objeto, a partir do próprio quintal, e que estava apenas disponível nos livros terá um sabor diferente. “
“Nebulosa da Lagoa, localizada na constelação de Sagitário é um grande berçário estelar. No seu centro uma jovem estrela chamada Hershel 36, 200.000 vezes mais brilhante que o nosso Sol, 32 vezes mais massiva e quase 9 vezes o diâmetro do nosso astro rei, lança radiação ultravioleta e ventos estelares criando cumes, cavidades e montanha de gás e poeira.
Pelos padrões de uma estrela, a Herschel 36 com apenas 1 milhão de anos é nova. Baseado em sua massa, viverá por mais 5 milhões de anos. Em comparação, nosso Sol (menor) tem uma perspectiva de viver por mais 5 bilhões de anos.”
“Embora a semelhança seja de um olho, a nebulosa se chama Hélice (Helix), ou NGC 7293 é uma grande nebulosa planetária localizada na constelação de Aquarius. Este objeto é um dos mais próximos da Terra de todas as nebulosas planetárias brilhantes, distante aproximadamente 694,7 anos luz do meu quintal. “