A fotógrafa e artista plástica angolana, radicada em Salvador (BA), Guidha Cappelo fez uma descoberta importante recentemente: ela encontrou uma fotografia de infância sua. Uma foto semidestruída, de 55 anos atrás, um resquício do passado de guerra que a família, ao embarcar para o Brasil na década de 1970, procurou deixar para trás.
Seu primeiro impulso foi tentar restaurá-la. “Mas pensei o quanto aquele resto de uma história deveria ser preservado, como um marco de minha vida, e resolvi guardar assim mesmo”, explicou a artista. Então, num estalo, em vez de trazer aquela foto a um estado próximo de quando foi tirada, ela resolveu fazer o inverso: “Comecei a destruir a nitidez das minhas fotos, a tirar a idade pouca delas, envelhecendo-as à força, desfocando, borrando, adicionando riscos de velhice”.
Isso começou há seis meses. Guidha não sabe se inventou uma técnica nova. Porém, sabe como chamar sua série: Resquícios de uma fotografia. Aqui estão alguns resultados desse exercício criativo:
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