Apresentamos mais um conteúdo da série de Dicas de Fotografia com truques e tutoriais retirados direto dos livros da iPhoto Editora. Hoje trazemos os ensinamentos retirados do livro bestseller “Sem Medo do Flash”. Confira:
“Após comprar uma câmera e uma objetiva, sentimos a necessidade de ampliar nosso equipamento com um flash. As dúvidas aparecem: será que vou saber utilizá-lo? Alguém nos sugere comprar um flash que tenha o modo TTL e que simplesmente o coloquemos na sapata da câmera e deixemos que faça seu trabalho. Empolgados com uma dica tão clara e amigável, decidimos ir até a loja e comprar um flash desse tipo. Esperançosos, o colocamos em cima da câmera e começamos a utilizá-lo. Depois de poucos dias, o guardamos novamente na caixa, lembrando de modo amargo do conselho de nosso amigo. Os resultados foram desastrosos, favorecendo uma nova visão da fotografia que exclui totalmente o uso do flash. Por isso, é muito comum em conversas com outros fotógrafos ouvirmos frases como “prefiro a luz natural”. Embora o TTL seja o modo mais automático que se pode selecionar em um flash, na maioria das vezes ele exige que o fotógrafo saiba configurá-lo de maneira correta para tirar o máximo proveito de seus recursos.
A sigla TTL (Through the Lens, que significa “através da lente”) serve para denominar o modo mais automatizado do flash, no qual a luz necessária para fazer a foto é calculada de maneira totalmente automática. Quando utilizamos esse sistema, antes que se exponha a fotografia, um pequeno pré-flash é disparado, iluminando a cena. Essa pequena luz rebate no sujeito e penetra na lente até chegar a uma célula de medição integrada no corpo da câmera. Um pequeno processador determina a duração do disparo do flash para a exposição adequada em função dessa quantidade de luz, dos parâmetros de exposição selecionados na câmera e de outros dados e circunstâncias que o sistema considera relevantes. Depois, envia um sinal ao flash através dos contatos da sapata com os dados precisos para a exposição considerada adequada, ou seja, a duração do disparo do flash.
Embora seja capaz de medir a potência necessária para efetuar um disparo utilizando a quantidade de luz que o pré-flash reflete em determinado sujeito, minha câmera não medirá igualmente uma pessoa de pele escura vestida de preto e uma pessoa de pele muito clara vestida de branco. A realidade é que as duas pessoas necessitarão da mesma quantidade de luz para saírem bem expostas na foto, mas cada uma reflete uma proporção diferente. Como minha câmera vai saber se estou diante de uma pessoa de pele escura ou se estou diante de uma pessoa de pele muito clara?
Igual ao que acontece com o fotômetro da câmera, o cálculo da exposição é baseado em um sistema de medição de luz refletida (já que mede a luz do disparo que o sujeito reflete). Portanto, essa luz deve ser interpretada.
A maioria das câmeras mede o disparo do pré-flash como se o objeto refletisse de 18 a 25% da luz recebida (essa cifra depende do modelo e marca da câmera). Portanto, em cenas com objetos muito claros e fundos muito brancos, é provável que a medição TTL emita um disparo de flash que deixe a imagem subexposta. Por outro lado, em cenas noturnas, em que o fundo possui um céu completamente escuro, é muito provável que o disparo superexponha a cena.
Considerando que o sistema TTL é baseado na medição refletida, a primeira coisa que devemos entender é que ele segue um padrão específico de medição (caso não lembre o que é um padrão de medição, consulte a página 24). Porém, cada fabricante possui critérios diferentes para definir o funcionamento dele. Muitas marcas, entre elas a Nikon, baseiam a medição do flash TTL no padrão escolhido na câmera. Em outras palavras, se selecionarmos na câmera, por exemplo, o padrão ponderado ao centro, o flash funcionará da mesma forma.
A Canon, por sua vez, utiliza um sistema diferente. Em uma das opções do menu da câmera, é oferecida a possibilidade de trabalhar em “TTL avaliativa”, que é similar ao “matricial”, ou “TTL ponderada”, independentemente do modo de medição selecionado na câmera.
A minha recomendação é que, tanto os usuários da Nikon, como os da Canon, adotem como padrão para o seu flash o sistema de medição ponderada com predominância ao centro. Por que fiz essa escolha? O motivo principal é que esse tipo de medição oferece um maior controle sobre a iluminação, pois faz a medição em uma zona reduzida, que pode ser adaptada às nossas necessidades com maior liberdade. Você deve estar pensando que a medição pontual daria mais controle ao fotógrafo, mas não é bem assim, pois não existe esse modo de medição nas câmeras da Canon (lembre-se que estamos falando de medição TTL do flash) e os fotógrafos que usam Nikon, se escolherem a medição pontual, vão perder a opção de usar alguns dos modos mais avançados do TTL (por exemplo, o TTL-BL).
O sistema TTL tem evoluído e incorporado novas tecnologias para conseguir exposições cada vez mais precisas. Medições mais equilibradas com a luz ambiente e a preservação dos brilhos no fundo são algumas das últimas inovações desse sistema. As diferentes marcas, em uma tentativa de diferenciar sua tecnologia, têm criado uma diversidade de nomes para identificar seus sistemas, como I-TTL, E-TTL, TTL-BL etc”
Este texto foi retirado do livro “Sem Medo do Flash”, de José Antonio Fernández.