Antes de pôr o nome na praça é preciso levar em conta uma série de fatores, aconselha especialista
A “conquista do estúdio próprio” é um sonho que seduz um número crescente de fotógrafos. Porém, o aspirante a profissional com endereço estabelecido em geral tem dúvidas. Geralmente em torno de equipamentos.
Acontece que essa deveria ser uma preocupação secundária. Abrir uma porta para a avenida e pendurar um nome na fachada exige, antes de tudo, planejamento. E nisso um estúdio não difere muito de qualquer outro negócio.
Brasilio Wille, 51 anos de idade, fotógrafo com 29 anos de experiência e estúdio estabelecido em Curitiba (PR), consultor da Mako e professor de fotografia, aconselha os aspirantes a procurarem orientação de órgãos como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre como se tornarem empreendedores – já que é disso que se trata.
Ou seja, antes de pensar em produzir imagens, o profissional tem que se acostumar a lidar com questões como pesquisa de mercado e público-alvo, formatação de preço, custos operacionais, divulgação etc.
Passada essa etapa, antes ainda de pensar em equipamento, o futuro feliz proprietário de estúdio precisa determinar qual especialidade seguir e se dedicar a dominá-la. “Qualquer projeto só tem sucesso quando você tem clareza do que quer fazer”, observa Brasilio.
Novamente, é necessário atenção especial na divulgação e saber fazer uso da comunicação, tanto para aprender com os colegas como para orientar o cliente: “As pessoas não sabem reconhecer a informação”, acredita o fotógrafo de Curitiba.
Gerenciar a carreira também passa por colaboração. Se não quiser fazer tudo sozinho (algo bastante difícil), você vai precisar de equipe. Saber extrair o melhor de seus colaboradores também é essencial. Ou, como diz Brasilio, “descobrir o talento dele [seu colaborador] e deixá-lo ser feliz”.
Se, depois disso tudo, você não desistiu ou ainda esteja querendo saber de equipamento, Brasilio recomenda começar pelo básico. “O melhor equipamento é o que resolve o meu problema”, diz. Para ele, começar de baixo, aprender com as dificuldades e manter a ousadia são os ingredientes para o êxito. E manda um aviso aos navegantes: “Não perca o encantamento, o desejo e a iniciativa de fazer alguma coisa”. Boa sorte.