A última entrevista de Orlando Brito
Orlando Brito morreu, aos 72 anos, na madrugada do dia 11 de março de 2022. Quarenta e cinco dias antes, ele concedeu sua última entrevista e contou um pouco da sua trajetória e experiências como fotógrafo numa entrevista ao Projeto Memória da Cultura do Distrito Federal.
A entrevista foi gravada dia 26 de janeiro e uma semana depois, dia 06 de fevereiro, Orlando Brito foi internado no Hospital Regional de Taguatinga, onde permaneceu internado por mais de um mês até falecer e nos deixar.
Porém sua memória, seu legado e seus ensinamentos permanecem vivos em todos nós. Orlando Brito continua sendo um dos fotógrafos mais premiados do país. Foi o primeiro brasileiro premiado no World Press Photo, fotografou Copas do Mundo, Olimpíadas, Ditadura militar, clicou a rotina de inúmeros presidentes da República, os bastidores do poder e viajou por mais de 60 países. Assista agora seus ensinamentos em sua última entrevista com duração de 32 minutos.
“Eu não consigo enxergar nada sem ser pelo ângulo fotográfico, visual, estético. Então, eu não consigo fazer nada que não passe, que não toque, no tema fotografia”, disse Orlando Brito em entrevista à rádio Câmara. E completou: “Um fotógrafo — especialmente os de notícias — não tem como escolher temas. Ele está ali de acordo. Ele não age. Ele reage às pautas que vêm a ele”.
A história de Orlando Brito
Mineiro de Janaúba, nascido em 1950, veio com a família para Brasília na época da inauguração da cidade na qual morou e trabalhou até o fim da vida. Autodidata, teve começo precoce na profissão, iniciando como laboratorista da sucursal do jornal carioca Última Hora, aos 14 anos, para o qual passou a fotografar dois anos mais tarde.
Entre os outros veículos por onde passou, estão o jornal O Globo, onde se firmou profissionalmente, trabalhando entre 1968 e 1982. Em 1979, se tornou o primeiro brasileiro premiado no “World Press Photo Prize” do Museu Van Gogh, de Amsterdã, na Holanda, o mais prestigiado prêmio de fotojornalismo do mundo. Ele obteve o primeiro lugar na categoria “Sequências”, com uma sucessão de fotos sobre um exercício militar intitulada “Uma missão fatal”.
O reconhecimento ainda maior do trabalho dele veio depois, quando foi para a revista Veja, periódico no qual atuou por 16 anos e foi editor de fotografia, em São Paulo. Nos anos 1990, retornou a Brasília, onde foi chefe do escritório local da revista Caras. Depois, voltou a trabalhar para a Veja, dessa vez como repórter fotográfico.
Somando todo o período que trabalhou para a revista, Orlando Brito emplacou o impressionante número de 113 capas. No Jornal do Brasil, teve uma breve passagem no fim da década de 1980. Recentemente, dirigia sua própria agência de notícias, a ObritoNews e ministrava cursos, workshops para grupos em empresas e aulas em universidades, faculdades e escolas de comunicação e jornalismo.
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