5 dicas para desenvolver a linguagem pessoal na fotografia Fine Art
Nos últimos dias apresentamos grandes artistas brasileiros da fotografia fine art, o que aguçou a curiosidade de muita gente, querendo saber como se desenvolver dentro dessa área. Hoje trazemos as dicas da fotógrafa Lucca Curtolo (leia mais sobre o trabalho dela aqui) que orienta como desenvolver uma linguagem própria dentro da fotografia fine art.
1. Referências e Criatividade
“Para aguçar sua criatividade é necessário estar atento a vários elementos. Minha dica é ler muito material sobre fotografia e arte, além de autores e gêneros diversos da literatura. Assistir filmes prestando muita atenção nas imagens e diálogos é uma porta para grandes inspirações. Escolho filmes independentes e alternativos, normalmente Europeus ou Asiáticos e a maioria em Preto e Branco.
Alguns dos meus diretores favoritos: Tarkovski, Bergman, Truffaut, Godard, Ozu, Kurosawa, Mizoguchi, Luis Buñel, Almodóvar… É importante ir ao teatro, espetáculos de dança, performances, shows, concertos. A música é uma arte essencial para a expansão da criatividade. Acompanhe sempre os trabalhos de vários artistas fotógráfos. Minhas Referencias: Pavel Titovich, Lilya Corneli, Eugeny Kozhevnikov, Gerasimos Platanas, Laura Makabresku, Betina Reins, Francesca Woodman, Diane Arbus, Danny Bittencourt”
2. Deixando Fluir
“Caminhando pelas ruas e estradas é onde tenho os maiores insights criativos. Observo o entorno e deixo minha mente fluir. Assim que chego ao meu destino (quando tenho), faço anotações dos tópicos para desenvolvê-los posteriormente”
3. Caderno/Livro de Anotações
“É importantíssimo ter um caderno ou Livro de Anotações sempre presente. É fundamental registrar as idéias quando elas surgem, pois caso contrário muitas ficarão perdidas. Anote sonhos, frases interessantes, elementos e objetos que poderão
ser utilizados como acessórios para suas imagens. Descreva ou desenhe as cenas que chegam intuitivamente em sua mente. E regularmente, leia tudo para ir colocando em prática”
4. Projeto/Roteiro
“Na maioria dos meus ensaios, tenho o projeto pronto, o que facilita o desenvolvimento do trabalho.
São itens importantes:
– Conceito/Intenção
– Locação
– Intérpretes
– Figurino e maquiagem
– Elementos e Acessórios
– Iluminação
– Perspectivas
– Referências com imagens ou desenhos”
5. Execução/Direção
“Chegando na locação, percorro o local estudando as perspectivas, luz, cenários, etc. Preciso de um tempo grande (1 hora em média) para ir entrando na composição. Deixo meus intérpretes a vontade para conhecerem o local e entrarem na atmosfera, preparando-se com maquiagens e figurinos.
Começo o trabalho apresentando o projeto para os intérpretes (Atores/Bailarinos/Performáticos ou Artistas de vários segmentos). Conto uma história da inquietação que quero transmitir, e deixo claro a sensação que necessito ao interpretarem. Mostro as imagens ou desenhos de referências, e ocupo o lugar do intérprete mostrando as posições e os movimentos como ponto de partida.
Começa neste momento uma troca intensa entre Intérprete/Fotógrafo. Com cuidado vou orientando a movimentação dos gestos e posições. É um trabalho em conjunto que vai fluindo naturalmente. Em algumas ocasiões, utilizo o recurso da música para criar uma vibração instigante. Mergulho neste trabalho, e vou seguindo horas e horas até meus intérpretes ficarem exauridos. Alguns trabalhos duraram 12 horas. Depende exclusivamente da energia e entrega dos envolvidos”