4 icônicos fotógrafos de guerra
A fotografia de guerra é como uma máquina do tempo que nos transporta para o passado, todo fotógrafo de guerra é um artista em meio ao caos, fotografar neste cenário exige prontidão constante, domínio técnico e habilidade de conseguir compor uma imagem objetiva e impactante, independente da direção que o fotógrafo deseja tomar, seja o registro do desespero, do tratamento aos feridos ou da área mais violenta e mortal. Abaixo uma seleção de 4 icônicos fotógrafos de guerra que se encorajaram a trabalhar no pior cenário possível.
1. Robert Capa
Robert Capa, jovem húngaro de ascendência judaica, nascido em Budapeste em 1913, cujo nome de batismo é Endre Ernõ Friedmann, iniciou sua carreira como fotógrafo em 1931 e logo tornou-se notório, indo cobrir um de seus primeiros conflitos: a Guerra Civil Espanhola onde fatalmente sua namorada morreu atropelada por um tanque de guerra.
Mesmo em meio a dor Robert Capa não desistiu e capturou a sua foto mais famosa, intitulada “Morte de um Miliciano” ou “O Soldado Caído”, tornando-o, já naquela época, um dos mais importantes fotógrafos da Europa do século XX., tal fotografia , foi publicada na revista americana Time. É dele a frase: “Se suas fotos não são boas o suficiente, é porque você não chegou perto o suficiente.” Veja neste link o documentário “Robert Capa: no amor e na guerra“.
2. Margaret Bourke-White
Margaret Bourke-White nasceu em junho de 1904 em Nova York, é considerada a pioneira em muitos momentos importantes da fotografia. Em 1927 terminou seus estudos e no ano seguinte abriu um estúdio de fotografia, seu trabalho feito para um de seus grandes clientes, a Otis Steel Company, deram-na visibilidade nacional.
Bourke-White foi a primeira repórter fotográfica da revista Fortune e a primeira mulher a quem foi dada permissão para fotografar em território soviético, na década de 1930. A fotógrafa também foi a primeira mulher a ter permissão para fotografar nas zonas de combate durante a Segunda Guerra Mundial, outra documentação importante que a fotógrafa realizou na década de 40 foi a Partição da Índia e Paquistão, onde fez a icônica foto de M. K. Gandhi. Em 1949, ela foi para a África do Sul documentar o apartheid e, já no final da carreira, em 1952, ela fotografou a guerra da Coreia.
3. Daniel Rye
Daniel Rye, é um fotógrafo recente no cenário de guerra, um jovem dinamarquês que foi para a Síria para cobrir a Guerra Civil no país em 2013. Esse caso é um dos mais chocante que envolvem aristas da guerra, Daniel foi sequestrado por mais de um ano, mantido refém pelo Estado Islâmico, enquanto sua família tentava de tudo para conseguir sua liberdade.
Com um resgate alto e complicações diplomáticas envolvendo a Dinamarca, os EUA e os terroristas, os treze meses de Daniel na mão do Estado Islâmico foram dignos de um filme: ‘O Sequestro de Daniel Rye’ que conta o traumático período do fotógrafo nas mãos do Estado Islâmico e a luta de seus familiares para salvá-lo.
4. Gabriel Chaim
Gabriel Chaim, brasileiro, nascido em 1982 na cidade de Belém ( PA) se encontra nesse momento cobrindo o conflito na Ucrânia. Desde o início da guerra, Chaim já esteve em pontos críticos, já filmou um míssil que caiu sem explodir e registrou prédios de civis que foram atacados pelos russos.
O fotógrafo faz trabalhos frequentes para a CNN, Spiegel TV e Globo TV, além de já ter sido indicado ao Emmy. Chaim, acredita que o trabalho que realiza nas áreas de conflito é uma maneira que ele tem de conseguir ajudar os refugiados e os povos que sofrem com os confrontos.
Sobre a autora: Camila Telles é colunista do iPhoto Channel. Fotógrafa gaúcha, curiosa e inquieta, que além de clicar, ama compartilhar curiosidades, dicas e histórias sobre fotografia. Você pode seguir a Camila no Instagram: @camitelles
Lindo texto Camila, palavras gentis para um assunto tão triste como é a guerra!