O segundo dia do Paraty em Foco foi agraciado pela maré alta que encheu algumas ruas da cidade, como tinham esquematizado os portugueses. As ruas alagadas de Paraty fazem parte da cultura da cidade, e merecem ser apreciadas tanto quanto os dias de sol. Os fotógrafos presentes no evento ainda puderam aproveitar o momento para se inspirar e realizar alguns registros.
A programação contou com a palestra “Aves de Paraty fotografia e preservação”, onde o fotógrafo de natureza João Marcos Rosa, colaborador da National Geographic do Brasil debateu com os criadores do projeto “Aves de Paraty”, Daniel Cywinski, Guto Carvalho e João Quental, que ainda tem como intenção inserir a cidade no roteiro de observação de aves do Brasil, além de fomentar a preservação.
O fotógrafo Orlando Azevedo e seu heterônimos Jacob Bensabat e Yury Andropov foram entrevistados por Milton Guran. Orlando trabalha de uma forma incansável, sua produção é quase diária. Seu foco está na fotografia documental, especializando-se em expedições e projetos de longa duração.
O uso da imagem como instrumento que reforça o pertencimento local e a qualidade de vida no cotidiano de trabalho de operários da construção civil foi tema da palestra “Olhares do Canteiro” onde Arthur Pugliese e Bianca representou o coletivo Mestres da Obra, que implementa ateliês experimentais de arte e fotografia dentro de canteiros de obras, que revela uma grande seleção de imagens do cotidiano. João Machado, que foi pedreiro, apresenta sua série , Edifício construído por um autodidata, que apresenta uma série de fotografias poéticas do sertão, eles foram entrevistados por Érico Elias.
Para fechar o ciclo de palestras do segundo dia Pedro Karp Vasquez entrevistou o fotógrafo italiano Dario de Dominicis, que dedica sua carreira a projetos documentais, onde cria uma íntima relação com questões sociais e a cultura popular.
O fotógrafo compartilhou desde a sua experiência recente, a festa de São Francisco em Canindé, no Ceará, até fotografias do abandono dos pescadores artesanais da Baía de Guanabara, onde declarou que a fotografia ainda pode fazer algo pela sociedade. Em sua palestra Dominicis opinou sobre a fotografia documental onde destacou que a única coisa que pode fazer a diferença é o tempo “até um cara que se compromete com o tema e trabalha anos, provavelmente pode construir um bom ensaio”.