Legado fotográfico afro-baiano encontra-se ameaçado

A curiosidade movimenta a vida, nos move em direções às vezes não muito compreendidas. O fotógrafo Lázaro Roberto tinha o interesse e curiosidade pelos movimentos sociais e festas populares da Bahia. Nascido na periferia de Salvador, filho de mãe lavadeira e pai estivador, construiu ao lado de Raimundo Monteiro e Aldemar Marquês um dos maiores acervos da cultura afro-baiana.

Foto: Lázaro Roberto

Hoje o projeto está localizado em um dos quartos de sua casa no bairro periférico da Fazenda Grande do Retiro. Na década de 1990 o Zumvi Arquivo Fotográfico foi abrigado pela Igreja Nossa Senhora da Penha, mas com a falta de patrocínio teve que se mudar.

Foto: Lázaro Roberto

O Zumvi Arquivo Fotográfico contém mais de 30 mil imagens com fotografias de 1978 a 2013, nesse período Lázaro fotografou o nascimento do Movimento Negro e as Feiras de São Joaquim, uma das maiores feiras ao ar livre onde de tudo pode acontecer, um lugar rico para os olhos de um fotógrafo.

Foto: Lázaro Roberto

Mas outras pessoas passaram pela Feira de São Joaquim e também a fotografaram, como o fotógrafo e etnólogo francês Pierre Verge. Há aqui uma convergência de análise do momento fotografado. Um tanto da cultura do Brasil está captada pelo olhar do homem branco, e algumas vezes vindo do exterior, quando nosso país tem em seu berço fotógrafos de grande talento que não alcançaram a visibilidade necessária, por motivos que são muitas vezes sociais. Não se trata de qualidade, mas sobre oportunidade.

Até o final do ano passado foi realizado um financiamento coletivo online para a captação de recursos destinado a criação de um museu online. Segundo o demonstrativo do site objetivo total não foi concluído. Você pode acompanhar o Zumvi Arquivo Fotográfico pelo Facebook nessa página.

Foto: Lázaro Roberto
Foto: Lázaro Roberto
Foto: Lázaro Roberto
Foto: Lázaro Roberto
O fotógrafo Lázaro Roberto

Fonte: Hypeness / Kauê Vieira

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