Facebook censura foto de Sebastião Salgado

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Foto de Sebastião Salgado censurada pelo Facebook: segunda vez que o artista cai na “malha-fina” da rede social

Não é de hoje que o Facebook causa irritação em seus usuários por aplicar um rígido controle sobre determinados conteúdos. Especialmente no que diz respeito a imagens de nudez, não importando o grau de sutileza, informação ou arte envolvido. Na última semana, a página do site francês Rue89 ficou 24 horas fora do ar pela publicação de uma foto do brasileiro Sebastião Salgado.

A foto censurada pelo Facebook mostra um grupo de mulheres da tribo Zo’e, do Pará, e acompanhava a notícia da abertura da exposição Genesis na Maison Européenne de la Photographie (MEP), em Paris, onde permanece até 5 de janeiro de 2014.

Não é a primeira vez que o trabalho do ex-fotógrafo da Magnum cai na malha-fina do Facebook. Em setembro, a página oficial da CartaCapital ficou cerca de três horas fora do ar por ter publicado uma imagem de duas africanas da etnia mursi, feita pelo mineiro em 2007. Motivo: uma delas está com o seio à mostra.

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CartaCapital também sofreu censura e sanção

A decisão revoltou os leitores da revista. “Absolutamente desnecessária essa atitude do Facebook. A foto não carrega nenhuma carga visual que se pudesse considerar imoral ou explícita. Um trabalho fotográfico belíssimo sendo censurado por estupidez”, reclamou Pedro Afonso de Deus na postagem feita pela CartaCapital dando conta do caso. Com essa, foram três as vezes em que o Facebook retirou um post da timeline da revista.

Já o Rue89 – que pertence ao jornal Le Nouvel Observateur – lembrou outros casos de censura, como o envolvendo o museu Jeu de Paume, por uma foto em preto e branco da década de 1940, da francesa Laure Albin Guillot, e a capa do famoso disco Nevermind (1991), do Nirvana.

Para Emilie Brouze, que assina o artigo, o fato de o Facebook ser uma mídia privada – “uma gigantesca plataforma baseada em serviços, que professa a neutralidade ao conteúdo apresentado” – não justifica o controle que impõe aos seus usuários. “O Facebook avançou a liberdade de expressão. Em alguns países, é o único lugar onde podemos trocar informações de forma independente. Mas os líderes do Facebook, com sua visão puritana do mundo, estabeleceram uma ‘censura privada’ contrária à liberdade dizem promover”, argumentou.

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