Campanhas usam fotos de bancos de imagem como se fossem de eleitores

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Foto do banco de imagens Shutterstock, usada como se fosse de eleitores “reais”

Faz tempo que a campanha eleitoral deixou de ser um embate de ideias e de propostas de candidatos. Hoje em dia, a grande arma dos partidos políticos tem sido o marketing, e o maior dividendo que uma coligação pode obter são os préstimos de um experiente (e bem pago) publicitário. Alguns, porém, têm levado essa dependência a extremos que beiram o ridículo.

Segundo informou uma reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta quinta (25), algumas campanhas estão usando fotos de bancos de imagem como se fossem de eleitores “de verdade”. Assim, rostos que figuram em anúncios de outros países aparecem pedindo votos para candidatos ao governo no Paraná, na Bahia e em outros estados.

A justificativa disso é o corte de custos. Conforme calculou a reportagem da Folha, uma foto de banco de imagens sai em torno de R$ 1 a R$ 24, enquanto que uma produção de fotografia publicitária envolvendo eleitores de fato não sairia por menos de mil reais – considerando só a diária do fotógrafo.

Para o professor de comunicação da Universidade Federal Fluminense, Afonso de Albuquerque, a economia pode sair caro: “O benefício é irrisório frente ao custo político de usar imagem falsa. Só consigo ver prejuízo para a campanha e o candidato, que perde credibilidade”, falou à Folha.

Na Bahia e no Paraná, inclusive, as imagens serviram de munição para as candidaturas rivais, que acusam os adversários de tentar enganar o eleitor com o uso de “apoiadores estrangeiros”. Questionados pela reportagem do jornal, alguns candidatos reconheceram que a estratégia não pegou bem e trataram logo de sumir com as imagens.

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