Esta é a foto mais cara do mundo. Será?

Saiu no britânico The Guardian: uma fotografia do australiano Peter Lik, mostrando um curioso efeito luminoso em um cânion do Arizona, foi comprada por um colecionador anônimo por 6,5 milhões de dólares (algo em torno de R$ 17 milhões). A venda tornou Peter o autor da foto mais cara do mundo. Além disso, o mesmo colecionador teria adquirido outras obras do australiano, por valores que as posicionam entre as vinte mais valiosas do mundo. Porém, há controvérsias.

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“Phantom”, a suposta fotografia de US$ 7,6 mi de Peter Lik

A coluna Entretempos, da Folha, torceu o nariz: “A estranheza da notícia se dá tanto pelo valor da fotografia quanto pela importância de Lik no mercado de arte”, mencionam os autores. Eles lembram que, há quatro anos, quando o fotógrafo vendeu sua primeira foto milionária, Andrew Taylor, jornalista do Sydney Morning Herald, publicou que alguns galeristas e consultores entrevistados não mostraram grande apreço pela obra do compatriota. “Se eu estivesse aconselhando um cliente a comprar uma obra de arte de 1 milhão de dólares, eu ficaria extremamente cauteloso sobre a aquisição de uma fotografia de Peter Lik, quão boa fosse ela. Justamente porque suas imagens não têm presença ou valor no mercado secundário”, disse o consultor David Hulme ao jornalista.

Jonathan Jones (lembram dele?), do Guardian, espinafrou. “A imagem tipifica tudo o que dá errado quando fotógrafos pensam que são artistas. É derivativo, sentimental em seu romantismo estudado e, consequentemente, de muito mau gosto”, disparou o mal-humorado crítico de arte. Jones concluiu: “Alguém tem sido muito tolo com o seu dinheiro, confundindo o pitoresco com belas artes”.

Por fim, Allen Murabayashi farejou picaretagem. “Vamos ser honestos: esta não é uma imagem notável, em nenhum sentido da palavra”, começa o autor do blogue Photoshelter. Notando que o comprador não foi identificado, Allen supeita de que tudo não passe de um belo golpe de marketing, possibilidade aventada quando da primeira venda de Peter, há quatro anos.

Avaliada sob esse ponto de vista, a jogada do australiano – caso a venda não passe de balela – foi bem-sucedida. Afinal, a publicidade o está tornado rapidamente conhecido. Por outro lado, adverte Allen, isso o pressionará a apresentar trabalhos verdadeiramente artísticos – o que, afirmam seus detratores, Peter Link não está em condições de proporcionar.

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