Henri Cartier-Bresson – O olhar do século

Amantes da fotografia de rua e do fotojornalismo com certeza esse livro é para vocês: Cartier-Bresson – O olhar do século, escrito por Pierre Assouline  é o que todo fotógrafo precisa ler, tanto para iniciar na fotografia, quanto para aprender um pouco mais.

A biografia de Henri Cartier-Bresson apresenta a trajetória de sua vida de uma forma bem minuciosa, Assouline tomou o cuidado de nos mostrar detalhes da vida de um dos maiores fotógrafos da história, o que torna o livro rico em referências. Quem procura obras para estudar sobre fotojornalismo e a história da fotografia, com certeza irá encontrar muitas respostas neste livro.

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Cartier-Bresson estudou pintura e desenho, é um artista de múltiplos talentos, que em certa época de sua vida sentiu-se mais desenhista do que pintor, segundo sua biografia. Com isso podemos entender melhor sobre a fotografia de Bresson, a geometria explícita é provinda do gosto pela pintura e desenho, que exercitou durante sua adolescência. “Essa paixão pela arte absorve Henri adolescente que a pensaríamos excludente de qualquer outra atividade do espírito ou do corpo.” Escolheu a academia Lothe, inaugurada em 1922 e administrada por André Lothe, pintor e crítico de arte. Foi com ele que Bresson aprendeu que “para dominar a arte, era preciso assimilar o ritmo, a perspectiva, o desenho, a cor. Sem composição, nada de salvação!”

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Ainda falando sobre a influência de Lothe, a biografia define bem a grande lição deixada para Bresson, que vemos nitidamente no momento decisivo. “A verdadeira arte é fazer esquecer a geometria. O verdadeiro pilar será sempre o tempo, isto é, a consciência inebriante de estar vivendo um momento excepcional tocado pela graça.” Esses anos em que o fotógrafo estudou pintura, desenho e artes, formam uma enorme parcela do caminho que Bresson encontrou na fotografia, no capítulo seguinte descobrimos o fotógrafo ainda em busca de seu instrumento de comunicação: a câmera.

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O livro ainda apresenta a forma como a agência Magnum Photos tornou-se real, os outros dois criadores Robert Capa e David Seymour tomam a cena algumas vezes, principalmente quando o autor diz que “Chim é quem reflete, mas Capa é quem tem as ideias. Um corre, o outro voa. Contudo, se Chim não estivesse por trás de Capa, a Magnum teria ficado no papel.” Este é um capítulo de reflexão, pois encontramos Bresson mais velho, formado com suas opiniões e firme nas suas ideias fotográficas.

Apesar de ser uma edição pocket, o livro mostra algumas fotografias do acervo pessoal do fotógrafo com sua família, esposa, filha, amigos, ou fotografando pelas ruas. Suas 377 páginas ainda apresentam uma vasta lista de artigos, fontes e referências, além de um índice onomástico que pode ajudar na busca por referências.

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