Tacca conta como foi fotografar o casamento de Ana Paula Siebert e Roberto Justus

O fotógrafo catarinense Primo Tacca Neto é conhecido por suas famosas imagens de “deusas”, como ele costuma chamar. São ensaios em estúdio que engrandecem a beleza feminina, tornando suas clientes verdadeiras deusas.

No último mês de abril, Tacca recebeu um pedido um tanto incomum: a modelo Ana Paula Siebert convidou o fotógrafo para cobrir o casamento dela com o apresentador Roberto Justus. Segundo Tacca, Ana Paula desejava um fotógrafo com quem tivesse uma ligação para cobrir esse momento. Como os dois já eram conhecidos de alguns anos, ele aceitou o convite.

Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto
Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto

Tacca conta como foi toda a experiência do casamento em entrevista exclusiva para o iPhoto Channel – confira abaixo. Ele dá detalhes da cobertura, como características técnicas de fotografia utilizadas e a rapidez que foi necessária para entrega de todo o serviço, entre outras curiosidades. Confira abaixo.

 Primo Tacca Neto é autor do DVD Book em Estúdio, da iPhoto Editora, que ensina todo o processo de produção de um book de pessoas comuns, desde o primeiro contato com o cliente, truques de direção de modelo até o uso criativo da luz para obter resultados incríveis. Clique aqui para mais informações.

Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto
Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto

iPhoto Channel – A modelo Ana Paula Siebert, casada agora com Roberto Justus, já havia sido fotografada por você. Foi a partir desse trabalho o convite? E, depois do convite, qual foi sua reação?

Primo Tacca Neto – Eu conheço a Ana faz tempo. Desde a primeira vez que fotografamos juntos em 2012, o santo bateu como diz o ditado, nós temos uma ligação modelo/fotógrafo ótima. Aí veio o Roberto e o namoro deles. Logo depois que eles começaram a namorar, eu renovei o material para a agencia de modelos dela. Depois que estourou na mídia, ficamos um tempo sem nos falar e, de repente, ela me ligou e disse: “Ahhh Tacca, dá um jeito (risos)! Eu sei que você não fotografa casamento, mas o meu você poderia fazer um esforço. Eu quero um fotógrafo que eu tenha uma ligação, não quero um desconhecido comigo neste dia, eu não ficaria a vontade”. E eu fui.

O bolo. | Foto: Primo Tacca Neto
O bolo. | Foto: Primo Tacca Neto

iC – Você é conhecido como um grande fotógrafo de estúdio, o que nos deixa curiosos: de que forma você se preparou para essa sessão de casamento – ideias, equipamentos, iluminação, etc?

PTN – Talvez muitos não sabiam, mas eu fotografei bastante casamentos no começo da minha carreira, aliás, em dezembro de 2012 foi o último. Mas para este casamento, a primeira coisa em que pensei foi: Equipe. Estávamos em 3 pessoas, o que para nós era pouco, mas não conseguimos liberação dos noivos para um equipe maior que essa. No dia do ensaio conversando com o Roberto ele não nos permitiu subir no altar para fazer fotos, ou seja, teríamos que fazer de longe. Mas casamentos sempre tem essas surpresas, e você tem que respeitar o desejo do casal e se adequar a elas. Na equipe tínhamos uma fotógrafa que é minha amiga, a Ana Correa, que já foi muito premiada e, além disso, tínhamos um terceiro fotógrafo também de casamento.

O corte do bolo. | Foto: Primo Tacca Neto
O corte do bolo. | Foto: Primo Tacca Neto

Sobre iluminação, não teríamos assistentes com flashes remotos, então trabalhamos basicamente com flashes dedicados, pegamos a informação da temperatura da luz (3600K) e pronto! A parte mais crítica foi a entrada da Ana, pois nas paredes foram projetadas imagens de campos de lavanda e a luz da projeção era muito diferente da luz direcionada nela, essa fotometria nos gerou uma velocidade muito baixa. A cerimonia inteira durou 20 minutos, o beijo deles foi nos primeiros 5 minutos da cerimonia. Foi tudo muito rápido, precisamos ser ágeis para que tudo desse certo.

Momento com telões durante a cerimônia. | Foto: Primo Tacca Neto
Momento com telões durante a cerimônia. | Foto: Primo Tacca Neto

iC – Quais os princípios do estúdio que foram possíveis de transportar para igreja?

PTN – É tudo bem diferente, a começar pelo ISO. Também não tínhamos rebatedores, o salão era enorme e o teto além de ser alto era todo preto. Então utilizei muito meus conhecimentos e técnicas para compensar o que estava faltando em cada situação. Já que os noivos não queriam flash espalhados pelos salões e a iluminação era bem indireta. Mas como participamos do ensaio, pudemos programar com antecedência os possíveis problemas que poderíamos ter e nos antecipar a eles.

Convidados do casamento. | Foto: Primo Tacca Neto
Convidados do casamento. | Foto: Primo Tacca Neto

iC – Você já havia fotografado casamentos no início da carreira. Como foi voltar a essa área, agora com clientes tão célebres?

PTN – Eu tenho que ter cuidado com as palavras nesse ponto. Esse casamento foi um trabalho atípico, não pretendo continuar fotografando casamentos, então não vou voltar para essa área. Mas eu preciso dizer que eu não tenho a percepção de famoso ou não famoso. Eu fico extremamente lisonjeado porque eu fiz parte de um momento importante da vida deles e isso estará sempre com eles e comigo.

Latino e outros convidados curtindo a festa do casamento. | Foto: Primo Tacca Neto
Latino e outros convidados curtindo a festa do casamento. | Foto: Primo Tacca Neto

Célebre é quem reconhece o meu trabalho, se identifica com ele! Se é famoso, se tem dinheiro ou não, eu vou tratá-los da mesma forma. Na moda tem muito disso… “A fulana de tal é TOP”. Top ou não top, eu trato todas iguais. Quando você faz essa distinção você cria ansiedade e posteriormente medo. E esse medo se eleva e te faz ter medo de fracassar. Então eu fui lá como se fosse um trabalho importante como todos os meus outros que eu faço, sabia dos riscos, sabia dos momentos decisivos e críticos, tinha uma boa equipe e então fui lá e fiz o que tinha que fazer! Dei o meu máximo como faço todos os dias no estúdio. Estava seguro e ciente que tudo o que nos foi permitido foi feito.

Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto
Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto

iC – Como tem sido o relacionamento com a mídia após o casamento?

PTN – Existem 2 lados. O primeiro é reconhecimento. Tudo quando se trata de mídia é instantâneo. Está sendo ótimo, passar pelas bancas e ver as suas fotos estampando revistas, sites, notícias… As pessoas te reconhecem, te parabenizam, querem te contratar (risos). O outro lado é a velocidade interna que tudo precisa acontecer. E é algo brutal. Essa foi a parte que eu não contava. Em 5 horas eu já tinha recebido a lista do Roberto e da Ana das fotos que iriam para imprensa. Tivemos algumas trocas, mas em menos de 48 horas do casamento já tínhamos entregue 110 fotos tratadas (incluindo capas) e todo o press-kit que seria liberado para a imprensa.

Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto
Roberto Justos e Ana Paula Siebert em seu casamento. | Foto: Primo Tacca Neto

iC – De que forma você sente que ter fotografado o casamento entre Ana Paula Siebert e Roberto Justus pode influenciar na sua carreira?

PCN – Eu acredito que as oportunidades aparecem, eu acredito que você pode criá-las mas eu não quero ser visto como “O fotógrafo do casamento da Paula e do Justus”. Não vou usar isso como ferramenta de marketing… Eu quero que a minha fotografia influencie na decisão das pessoas na hora de me contratar. E como eu sempre digo, quando isso acontece, elas tem 110% do meu esforço!

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