Fotógrafa cria ensaio para incentivar a amamentação

Os tempos estão complicados na era da comunicação. Hoje em dia, até mesmo um ato natural e tão necessário ao ser humano, que é a amamentação, é descriminado. Não são poucas as reclamações em redes sociais sobre amamentação em público ou mesmo amamentação tardia. Só que, muito provavelmente, as mesmas pessoas que reclamam foram amamentadas em público por suas mães. “Sei que há também um grande preconceito em relação ao ato de amamentar, pelo fato de muitas pessoas verem os seios como apenas um órgão sexual e acabarem esquecendo sua principal função, que é amamentar os bebês”, diz a fotógrafa Renata Rosa.

Dentro desse contexto, Renata Rosa resolveu criar um sensível ensaio fotográfico intitulado “Amor, Amar, Amamentar”, que mostra este momento intimo entre mães e bebês. Para incentivar a amamentação e mostra a beleza do ato, Renata convidou diversas mamães para seu estúdio. A ideia surgiu quando uma das mães, Pâmela Raquel Wagnitz, perguntou à fotografa quanto ela cobraria para fazer uma sessão mostrando a mamãe e seu bebê na hora do mamá. “Achei muito bacana a ideia, e primeiramente não pensei em ganhar dinheiro com isso. Percebi que poderia abraçar a causa e incentivar a amamentação, pois como todos sabemos este é o melhor alimento para o bebê. Na hora, eu já visualizei em minha mente as fotos, a luz que eu queria e até algumas das poses”, conta Renata.

A sessão “Amor, Amar, Amamentar” inclusive ganhou exposição durante o 1º Congresso Nacional do Parto Humanizado, que ocorreu em julho Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis (SC). Renata deu uma entrevista exclusiva ao iPhoto Channel, contando detalhes sobre a sessão. Confira abaixo, juntamente com a sessão completa.

iPhoto Channel – Como surgiu a ideia do ensaio?

Renata Rosa – A Pâmela (uma das mães) fez faculdade comigo e me mandou uma mensagem perguntando quanto eu cobraria para fazer fotos dela amamentando e que provavelmente outras amigas dela se interessariam. Achei muito bacana a ideia, e primeiramente não pensei em ganhar dinheiro com isso. Percebi que poderia abraçar a causa e incentivar a amamentação, pois, como todos sabemos, este é o melhor alimento para o bebê. Na hora, eu já visualizei em minha mente as fotos, a luz que eu queria e até algumas das poses. Sei que há também um grande preconceito em relação ao ato de amamentar, pelo fato de muitas pessoas verem os seios como apenas um órgão sexual e acabarem esquecendo sua principal função, que é amamentar os bebês. Por isso, resolvi reunir uma foto de cada mamãe e criar este projeto. Queremos mostrar os laços que são criados neste momento e que não há vulgaridade nenhuma em amamentar. Nosso projeto já ganhou a sua primeira exposição durante o 1º Congresso Nacional do Parto Humanizado, que aconteceu na Assembleia Legislativa, em Florianópolis/SC.

iC – Qual a importância da amamentação tardia?

RR – Mesmo após o bebê começar a ingerir alimentos para suprir a sua necessidade de nutrientes, o leite materno continua fornecendo muitos destes nutrientes e ajuda a elevar a imunidade de bebê. Quando a criança fica doente, o leite materno é mais digerível que qualquer alimento e ajuda a evitar a desidratação, no caso de vômitos e diarreias. Sem contar o elo emocional que é mantido, reforçando os laços entre mãe e filho.

iC – Como foi o processo de selecionar as mães/modelos? Como as mães encararam a ideia?

RR – A mães que participaram deste projeto fazem parte de um grupo que mães que se reúne com frequência para compartilhar suas experiências. Todas foram voluntárias e estavam super confortáveis. Como passamos a nossa proposta, todas já vieram preparadas e curtiram muito fazer as fotos.

iC – Por que a escolha do preto e branco nas imagens?

RR – Não queria que nenhum item da vestimenta se destacasse ou pudesse tirar a atenção do nosso objetivo. Acredito que com as fotos em preto e branco conseguimos transparecer mais todo o carinho e amor que esse momento proporciona.

iC – Crianças às vezes são imprevisíveis na hora de fotografar. Houve alguma situação curiosa que você possa nos contar?

RR – Sim, todos eram super comportados. Apesar de termos 18 mamães e bebês em nosso estúdio, o clima era super calmo e as crianças puderam brincar entre elas. Claro que sempre tem imprevisto, teve bebê que fez charminho para mamar, mas acabou mamando. Alguns ficavam sorrindo para a câmera ao invés de mamar e teve o Alberto que toda vez que o flash disparava, olhava para a câmera e dava uma piscadinha.

iC – Como está sendo a reação do público?

RR – A aceitação está sendo ótima. As pessoas estão começando a ver a amamentação como algo normal, o que de fato é. Tivemos muitos compartilhamentos e também mensagens de outros fotógrafos nos dizendo que também farão este trabalho em suas cidades. Ainda tivemos críticas de pessoas conservadoras nos dizendo que não importa a idade do bebê, que elas queriam mesmo era mostrar os peitos (risos). Infelizmente não podemos agradar a todos.