No Rio: mostra faz homenagem a Otto Stupakoff, pioneiro da fotografia de moda no Brasil
A retrospectiva “Otto Stupakoff: beleza e inquietude”, que tem curadoria de Bob Wolfenson e Sergio Burgi, já pode ser visitada no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro/RJ (Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea). A mostra, uma homenagem ao fotógrafo paulistano Otto Stupakoff (1935-2009), reúne cerca de 300 fotografias, além de publicações e vídeos apresentando sua extensa produção, realizada entre 1955 e 2005. A exposição vai de 14 de dezembro de 2016 a 30 de abril de 2017, com visitação de terça a domingo, das 11h às 20h. A entrada é gratuita.
O acervo do fotógrafo Otto Stupakoff está sob a guarda do IMS desde 2008 e é composto por 16 mil imagens. Na abertura, houve uma mesa-redonda com os curadores Sergio Burgi e Bob Wolfenson.
“Ele personificava tudo o que eu queria ser”, disse Bob Wolfenson sobre Stupakoff.
Pioneiro da fotografia de moda no Brasil, Stupakoff foi um dos fotógrafos brasileiros de maior projeção internacional. Além de ensaios de moda e retratos de celebridades internacionais do mundo das artes e da política, produzidos para revistas como Harper’s Bazaar, Life, Esquire, Glamour, Look e Vogue, Stupakoff, que passou a parte mais produtiva de sua carreira vivendo em Nova York e Paris, deixou conjuntos menos conhecidos de retratos, nus, instantâneos de rua, fotografias de suas incontáveis viagens pelo mundo – inclusive pelo Ártico – e experimentações no limite do abstracionismo.
Para contemplar toda a sua trajetória, a mostra se divide em quatro grandes temas: seus anos de formação e primeiros trabalhos nos anos 1950; os anos de 1960 a 1970 e sua colaboração com as principais revistas de moda do mundo, como a Harper’s Bazaar e a Vogue francesa, além de retratos de personalidades como Jack Nicholson e Truman Capote; sua série de nus; e uma sala dedicada às viagens que fez.
Para o curador Sergio Burgi, “a obra de Stupakoff se associa com aquilo que Umberto Eco, no seu livro História da beleza (2004), definiu como a beleza inquieta do Renascimento, em que forma, proporção e equilíbrio convivem com estranhamento e inquietação. As incursões de Otto nas artes plásticas ao longo de toda a sua trajetória, particularmente por meio de suas colagens e assemblagens, em paralelo às suas fotografias de naturezas-mortas e construções imagéticas quase surrealistas, convivem com fotografias verdadeiramente icônicas, de grande beleza e encantamento. Destacam-se, em especial, as imagens do universo feminino e da infância, em retratos, nus, fotografias de viagens e registros de seu âmbito familiar e íntimo, concebidas e realizadas dentro de uma linguagem fotográfica que transita entre a modernidade e a pós-modernidade. Inquietude, imaginação, liberdade e beleza formam, assim, a matéria-prima essencial da obra de Otto Stupakoff.”
Fonte: IMS