Em SP: Galeria Utópica apresenta trabalho inédito de Diógenes Moura

Nesta sexta-feira (2), a Galeria Utópica inaugura a exposição “Livro de Rua (série fashion-abandono)“, de Diógenes Moura. A série inédita reúne 34 imagens capturadas pelo celular ao longo dos últimos sete anos, no bairro paulistano dos Campos Elísios – onde o autor reside há 30 anos. O projeto versa sobre literatura, imagem e esquecimento.

Os “pacotes-existência”, como define o autor, estão aos nossos pés como resquícios de humanidades à beira do grande abismo que se tornou o mundo contemporâneo. Em “Livro de Rua (série fashion-abandono)”, uma poética da crueza toma forma de imagem para chamar atenção a uma discussão importante: os inúmeros indivíduos que passam a viver nas ruas da cidade em situação de abandono.

Foto: Diógenes Moura

“Pode doer, sim. Como doem e não doem os pacotes-existência que aqui estão e que se espalham (cada dia mais um, ou dois, ou três) pelas ruas do bairro, na região central de São Paulo depois de perderem o emprego, a casa, a família, a esperança, o amanhã dilacerado pelo que está por vir. Lá e aqui eles estão no silêncio e nos gritos da loucura coberta por fuligem: a segunda pele da imagem. São como nós. Estão aos nossos pés”, comenta.

Sobre a técnica, Diógenes Moura afirma que não são fotografias, mas sim imagens feitas com um celular. “Fotografia é abismo. Imagem feita com celular não possui segunda pele. Basta olhar e pronto. A diferença pertence a quem ver. O outro se incorpora ao primeiro plano e nada mais”, define.

Veja abaixo algumas das imagens que compõem a série:

Foto: Diógenes Moura
Foto: Diógenes Moura
Foto: Diógenes Moura
Foto: Diógenes Moura

A  exposição “Livro de Rua (série fashion-abandono)”, de Diógenes Moura, ficará aberta ao público de 3 de fevereiro a 3 de março de 2018, com visitação de terça a sexta-feira de 11h às 19h e aos sábados e feriados de 11h às 17h. A Galeria Utópica fica na Rua Rodésia, 26, Vila Madalena, São Paulo/SP. Mais informações através do telefone (11) 3037-7349 ou site: www.utopica.photography.

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2 Comentários

  1. Mas que grande papo furado isso tudo. É o típico artistão usando um linguajar culto pra tentar legitimar um trabalho raso, desrespeitoso e nada inovador. Ele chama essas situações/pessoas de “pacotes-existência”. Diz que “Não são fotografias, mas sim imagens feitas com celular” e “Fotografia é abismo. Imagem feita com celular é segunda pele”. Dá pra ser mais péssimo do que isso?

  2. é lindo essa mensagem ,triste dessas pessoas dormindo num chão duro! só com uma peleja ou um pedaço de pano! vendo pelas lentes da câmera! doe ! eu amei as fotos ,passa um sentimento de abandono! dessa sociedade que passam e as vezes e muitos nem observa nem vê! quem está ali! as vezes ,agente não sabe o que está acontecendo! pode ser uma depressão ou poderia ser um amigo ou parente nosso ali.bonito o seu trabalho, quem sabe chama atenção das pessoas ou desse governo que deixa tantos abandonados.