Ensaio de casais: movimento é tudo!

RIB_9014

Sempre acreditei mais na história dos casais que na estética da luz artificial! Admiro-me da luz artificial em alguns ensaios, mas a história é vida. Em algum momento de nossa trajetória profissional temos de optar por acreditar em algo, e assim o fiz!

Fotografia é movimento, informação, é sensação de tempo, é resgate de memórias. Podemos criar imagens tendo como referência a história do casal, resgatar a forma como se conheceram, ou fatos que lhes são especiais; isso nos faz agregar valor às imagens que fazemos. Transformar os casais em grafemas de linguagem é bonito, mas pode-se dizer que é só isso, bonito.

DSC_6971
Ana Raquel e José sentaram-se lado a lado no cinema, conheceram-se e casaram

A questão primordial de levantar este assunto é notar que as fotografias de eventos não estão evoluindo como poderiam, pois existe uma cópia cega e exaustiva de ideias uns dos outros. O resultado disso é uma multidão caminhando na mesma direção e, quando todos seguem a mesma direção, nenhum novo caminho é traçado. Dá-se então uma estagnação!

Creio e proponho que os eventos de instrução que se propagam pelo país deveriam retornar a uma reflexão promovida pelos expoentes populares de nosso mercado, e que juntos capitaneiem novas direções.

Em muitos eventos internacionais que focam os fotógrafos, não existe margem nem menção aos artistas de eventos, estamos sempre situados num segundo plano (se é que entramos em algum plano) no rol dos produtores de artes do mundo e, hoje, o valor dado à nossa classe é um valor autoatribuído.

RIB_1265
Heloisa e Suenon, nos campos da família no noivo: os agrônomos se sentem em casa

F 096
Para o casal Joana e Getúlio, este é seu refúgio pessoal, e seus finais de semana são na pousada Sete Cascatas, da mãe da noiva. Imagine ter sete dessas cascatas atrás de casa!

F 038
Em uma festa de faculdade da noiva, em que apenas o casal e mais algumas pessoas estiveram, Patrícia e Marco se conheceram

Nada surge de novo, pois as réplicas são o novo! As imagens de eventos me lembram a cena do filme Harry Potter com as taças se multiplicando… Não sabemos mais a origem de uma foto, pois ela é uma criação fugaz tanto quanto as reproduções intermináveis que surgem ao redor do mundo. E elas só surgem pela facilidade que existe de serem copiadas! E só o que não é possível copiar é a história. Nos próximos artigos retomaremos o assunto. Até a próxima.

Foto: Divulgação

 

RICARDO BAMPI é natural de Porto Alegre (RS), mas atualmente reside em Lages (SC), onde atua como fotógrafo de books, casamentos e eventos em estilo fotojornalístico e também fotografias de moda. Procura estar presente nos momentos importantes que constroem a história social de sua cidade, pois acredita que somente com uma cidadania atuante se pode fazer alguma diferença no futuro.

.

Artigos relacionados