A latência do inconstante na fotografia

Foto: Ricardo Bampi

Quando me vi diante de uma “escola de imagem” em 1996, aprendendo nas ruas sobre o movimento humano, as mazelas sociais, a religiosidade da fé, as linhas, curvas e ritmos da arquitetura, encontrei aí um caminho de paz e conflito. Paz, porque a minha busca por esse ensinamento surgiu, e conflito, por ter de raciocinar em termos fotográficos.

Mas ver comunicação diante de um movimento humano inesperado, imprevisível, e tão vivo quanto cada um de nós, e fotografar. É a latência do inconstante movimento de seres que pulsa aos olhos, tanto em sua presença como na sua ausência. Pessoas deixam rastros por onde passam, sempre.

Realidades distintas, mas sempre uma massa comum! E os movimentos que se repetem à exaustão, no banal diário da vida nas cidades. Por isso a riqueza fotográfica se estabelece. E o observador aí tem seu campo.

Compor/fotografar em reflexão, olhar a sua volta, encontrar a imagem escondida que sempre está lá nos transforma em garimpeiros, usando a máquina como uma extensão do braço, como uma peça integrada a seu corpo, a simbiose instintiva e irremediável, de um raciocínio intelectual parte sensitivo, e eis a fotografia composta. E eis finalmente um fotógrafo.

Foto: Ricardo Bampi

Eu sempre procurei um curso de fotografia que me ensinasse sobre o universo que existe para além das câmeras fotográficas. Algo sobre a composição, a linguagem visual e seu universo da arte – acredito que esteja aí o caminho que a faz imagem falar por si.

Nas publicações de livros, revistas, jornais, anúncios e web, todos têm como alicerce uma imagem, e essa é dirigida a um público e a uma classe social definidos.

Mas como se compõe e dirige uma fotografia, para que essa comunicação seja eficiente? Essas perguntas me tomam a mente desde o tempo em que eu não levava a fotografia tão a sério!

Espero poder falar com vocês sobre esses temas por este canal que hora me é franqueado!

Meu nome é Ricardo Bampi, quero me apresentar e aos poucos falar sobre nosso ar em comum, a fotografia.

Foto: Ricardo Bampi

Foto: Divulgação

 

 

RICARDO BAMPI é natural de Porto Alegre (RS), mas atualmente reside em Lages (SC), onde atua como fotógrafo de books, casamentos e eventos em estilo fotojornalístico e também fotografias de moda. Procura estar presente nos momentos importantes que constroem a história social de sua cidade, pois acredita que somente com uma cidadania atuante se pode fazer alguma diferença no futuro.

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9 Comentários

  1. É isto ai, Ricardo Bampi. A máquina é só um instrumento. O que fotografar fica por conta do filósofo. Muito bom e profundo de significados o seu texto.

  2. Parabéns por mais este trabalho maravilho, mais uma conquista, e que venha mais e mais Publicações, pois nelas sentimos emoção sendo passada de um grande profissional como vc… Sucesso…

  3. A luz refletida capturada por ti, nobre amigo, ativa os campos imagéticos da mente de quem observa. Para mim é como o mais nobre conhaque envelhecido no mais nobre barril. Tuas capturas permeiam e aguçam meu imaginário , porque sei que , com o tempo que há de vir, se tornarão ainda mais saborosas.